A FELICIDADE DE AMAR É CONTEMPLAR A NATUREZA E SENTIR AS VIBRAÇÕES DA FORÇA CRIADORA QUE SE ESPALHA PELO UNIVERSO INFINITO, QUE EM UNIÃO COM A MATÉRIA CÓSMICA POSSIBILITA QUE A EVOLUÇÃO SEJA O PRINCÍPIO FUNDAMENTAL DO UNIVERSO.

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Felicidade - Por Luiz de Sousa


Limpeza Psíquica
Há três importantes condições que entram no cômputo da felicidade: saúde, paz e
prosperidade.

A saúde deve ser conservada a todo o custo, tanto a do corpo físico, quanto a mental. A moderação dos hábitos contribui para manter a saúde. A criatura deve ser morigerada na alimentação, no trabalho, no próprio descanso. Descansar demais é prejudicial. O trabalho exercita o físico e a mente.

Para manter a saúde é preciso também adquirir o hábito da serenidade, não deixar que o sistema nervoso se altere de maneira nenhuma. Ninguém resolve nada com nervosismo. É costume dizer-se que “o que não tem remédio está remediado”. Depois do fato consumado, o que resta a fazer é dominar os nervos, para melhor poder pensar e agir.

Educar o pensamento, ou a forma de pensar, é uma necessidade, para que se possa meditar com serenidade. Os abalos morais descontrolam as células do organismo e predispõem o corpo à doença.


Na vida, todos estão sujeitos a passar por dissabores, a receber notícias desagradáveis, a
desgostar-se com as injustiças dos menos esclarecidos. Essas contrariedades afetam a saúde provocando distúrbios internos que, muitas vezes, só se manifestam tempos depois.
Por isso, é de bom alvitre estimular o bom humor, procurar ser otimista em termos
razoáveis, dar o devido desconto aos fatos sensacionais, de vez que estes somente produzem efeito nos primeiros momentos em que são conhecidos, caindo, logo depois, na rotina da vida.

Quando os insucessos passam, verifica-se que não houve motivo tão forte para que trouxessem tanto sofrimento, que o próprio tempo se incumbe de apagar. Neste mundo, à caótico, em que as desgraças e a dor se escondem em cada moita do caminho, vale  saúde para se poder resistir aos embates. Uma vez se conheçam os perigos que eles oferecem, perigos que todos os encarnados têm condições para enfrentar e vencer, melhor é entrar na corajosa serenidade, vencendo o nervosismo.


É evidente que a humanidade tem feito pouco progresso espiritual nos dois mil anos após a vinda de Jesus, um revolucionário do bem, que trouxe consigo gloriosas mensagens não aprendidas pelo mau uso do livre-arbítrio dos povos, faculdade de dois gumes, que tanto degradar. Não quis a humanidade fitar a Luz refulgente do Farol, preferindo ocultar-se nas sombra da noite, para dar expansão aos atos da matéria. Essa é uma das razões de haver tão profusa disseminação de moléstias, das mais variadas origens, que afetam todos os seres.

O atraso na evolução espiritual do mundo é grande. No século vinte, implantou-se na Terra o Racionalismo Cristão, com a árdua missão de restabelecer as verdades cristãs, para apontar à humanidade o verdadeiro caminho da espiritualidade.
Somente por meio do espiritualismo poderá haver sanidade moral e física, com o declínio, até desaparecerem, das insidiosas doenças que abatem o ânimo, destroem as energias e sacrifícios.
O estado endêmico das coletividades é um reflexo ponderável do matéria predominante, a que tantos ficam sujeitos. Quanto mais se dedicarem os seres à busca sôfrega das oferendas mundanas, apaixonadamente, mais se firmará a corrente materialista, com funestos resultados, sendo a doença generalizada.
Não pode haver felicidade sem saúde, e, como quase não há saúde perfeita, a felicidade completa só existe em plano superior. Um indivíduo sozinho não pode modificar a situação geral.

Esta é obra para muitos. Cada um terá de fazer a sua parte, em benefício do conjunto humana.

 Conduzir os seres para o caminho da espiritualidade é o maior anseio, a solução do problema, a conquista do ideal. A felicidade almejada virá, então, como todos esperam, desde que afastadas as causas materialistas que a mantêm à distância.
A paz é o atributo componente da felicidade. Paz quer dizer consciência tranquila, deveres bem cumpridos, obrigações em dia. A paz predispõe o espírito a receber intuições das altas camadas
espirituais. Ela é eminentemente construtiva.
Desejar a paz é empreendê-la; é saber sentir os seus efeitos. Há um movimento de paz. Universo que se manifesta pelas vibrações dos Espíritos Superiores, e urge sintonizar com essa corrente, para receber dela os eflúvios condizente.

 Não pode haver espiritualidade sem paz. Ela é confiança, convicção, certeza. Confiança na sua imutabilidade, convicção nos métodos que a sustentam, certeza nos benéficos resultados que dela advêm. A paz é sustentáculo dos fortes, daqueles que conhecem a marcha da evolução e podem dar participação eficiente em seu favor.
A paz é uma segurança para o equilíbrio das funções de relação na vida social. Ela não acomoda a injustiça, o desgoverno, a malquerença. Ao contrário, firma-se na ponderação, na lógica
da razão, nos princípios do amor, e é harmônica com respeito à felicidade dos povos e ao entendimento das nações.
A paz reside no interior das almas justas, bondosas, valorosas e amigas, que sabem vibrar no regozijo com a felicidade alheia. Saúde e paz varrem as preocupações do espírito e, quando associadas à prosperidade, completam o ciclo da felicidade.

Na realidade, a prosperidade é outro fator que predispõe o indivíduo a considerar-se feliz.

Todos almejam prosperidade nos negócios, nos estudos, nos vários ramos da atividade.
A prosperidade é o resultado do êxito, do acerto, do merecimento. A prosperidade vem ao encontro do laborioso, do esforçado, do metódico, do diligente, daquele que não desfalece diante dos óbices a vencer. A prosperidade prende-se a vários cordões da cadeia do sucesso e está ligada a certas  normas  disciplinares aceitas pelo espírito. 

 A prosperidade só é válida, só tem base firme, só representa uma verdadeira conquista,
quando se esteia na honestidade, quando não é reflexo do egoísmo, quando, para alcançá-la, não se pisa sobre o semelhante. Prosperidade não significa, simplesmente, riqueza material; ela, na realidade, é muito mais do que isso. Prosperidade é parte integrante do tesouro do espírito e a certos valores morais.
A saúde, a paz e a prosperidade, ao comporem a felicidade, demonstram a posição de quem segue pelo caminho da espiritualidade. A felicidade real, verdadeira, permanente, só é possível na Terra com a espiritualização geral. É preciso que este tema importante seja reconhecido. Nada adianta bater a cabeça pelo mundo, de encarnação em encarnação, sem o menor proveito para espírito. Milhares são as almas que não têm feito o menor progresso espiritual no curso dos séculos.
O atraso espiritual do mundo é um atestado patente aos olhos de quem pode ver. Depois de dois mil anos da vinda de Jesus, a Terra é, ainda, um mundo de guerras, revoluções, massacres, morticínios, assaltos, roubos, perversões, pompas e ostentações, rapinagens, espoliações, falsidades, agressões, mexericos, adultérios, traições.

Em matéria de espiritualização, está quase tudo no mundo por fazer. Dois mil anos são decorridos sem que se estabelecesse, nesse tempo, um regime disciplinar de ensinamentos cristãos.

O Racionalismo Cristão foi implantado para esse fim. Sofre a humanidade em consequência da ignorância espiritual. Os males que a atormentam têm origem nessa lacuna. A ânsia de usufruir felicidade preocupa cada membro da família humana. Falta-lhe, no entanto, o archote, a luz esclarecedora, o ensinamento espiritualista. Assim, às escuras, procura, em vão, nos prazeres ilusórios da matéria, aquilo que somente pode ser achado no plano das forças espirituais. 

 A felicidade, no entanto, não é uma fantasia no cenário da vida terrena. No meio de tantos riscos de viver-se infeliz, há um caminho intercalante de pleno contraste com os painéis da dor, da insegurança e da angústia, que se pode chamar o caminho da felicidade. Ele existe, realmente, no recôndito da agitação tumultuosa, na voragem que consome ou subverte os recursos morais em meio do lodo das misérias humanas, ou seja, no desprezo aos deveres espirituais. Por entre essas degenerescências humanas, desenvolve-se sinuosa, ampla, iluminada, a estrada da felicidade.

É, porém, preciso encontrá-la, saber como descobri-la. Não é cultuando o materialismo escravizador que se há de chegar a desvendá-la. Ela está no interior de cada um, perfeita, intacta, pronta a servir de acesso aos mais altos cumes da gloriosa jornada.

 A felicidade começa a ser sentida com a descoberta do seu caminho e vai-se revelando, ampliando, intensificando à medida que se for seguindo para a frente, na sua direção, com segurança, perseverante, cada vez mais consciente pela capacidade interna de realização dos valores espirituais.

A chave que abre o portal que conduz ao caminho da felicidade e existe no âmago de cada ser, indistintamente, é o espiritualismo, compreendido na sua expressão excelsa e pura.

As Normas Racionalistas Cristãs, postas em prática no cotidiano, com conhecimento de causa, induzem o indivíduo a encontrar a sua felicidade, primeiramente porque não dá valor exagerado às vantagens terrenas e, em segundo lugar, porque sabe extrair de dentro de si um paraíso para a sua vivência, com o lapidar recurso das suas eternas e indestrutíveis riquezas entesouradas na alma, desde os primórdios.

 É indispensável que se faça bom uso dos dons espirituais, para que eles se revelem cada vez de maneira mais límpida, translúcida e operante, no sentido harmônico da vida.

A felicidade é um estado emocional de alegria e conforto moral, que vibra com a
consecução do bem; é produto de condições inatas, que se apuram, sempre, com o exercício dos preceitos da espiritualidade.

Todos são mais ou menos responsáveis pela carência de felicidade, visto como estando ela ao alcance de qualquer um, deixa-se de lado a aplicação dos meios com que desfrutá-la, preferindo-se dar vazão a pensamentos e sentimentos que redundam em prejuízo daquele alto propósito.


A serenidade, a confiança em si, o equilíbrio na palavra e na ação, a compostura, a generosidade, o respeito à dignidade humana, a disciplina educativa, o comedimento, a discrição, a consciência do dever, a probidade, a atenção no trato, a prática do bom humor, são atributos cultiváveis, atributos inatos do espírito, que, sendo revelados, atestam felicidade. 

Quem possuir, despertas, tais faculdades entra, realmente, no caminho da felicidade, e dele não se afastará jamais, porque sabe que encontrou o tesouro da vida que “a traça não corrói nem a ferrugem consome”, no dizer do Mestre Nazareno.

Só não creem na existência da felicidade aqueles que se encontram mergulhados nas águas profundas da incompreensão, em decorrência da própria vontade mal orientada, quando procuram
satisfazer-se, apenas, com os atrativos efêmeros e perecíveis da matéria. 

Limpeza Psíquica
Aproveitem da vida terrena os motivos agradáveis que dela possam colher, desde que tais motivos não sejam os que atentem contra a moral cristã, e não se descuidem, por um só instante, de satisfazer o espírito das ansiedades superiores que ele externa, através da voz sensível da consciência, no desejo de progredir na escala espiritual.

Nenhum entrave deve atormentar a consciência dos seres no desempenho da missão que têm de servir ao Todo. Afastar a infelicidade de um lado e atrair a felicidade de outro, serão as maneiras certas que devem adotar no curso da trajetória terrena. Tal proceder depende da vontade própria do ser, da sua disposição, da sua compreensão. É essa compreensão que se procura reavivar nesta obra, por ser fundamental para o encontro da felicidade. Ela existe para aqueles que norteiam a sua vida
em consonância com os princípios verdadeiramente cristãos, como os que se acham contidos na substância dos temas desenvolvidos.

Que a felicidade existe é do domínio comum. Tudo depende da adaptação a ela, já que não é privilégio de ninguém. Como um tesouro oculto, precisa ser descoberta no interior de cada um; as chaves que abrem as portas do templo da felicidade encontram-se à disposição daqueles que as quiserem. “Procurai a Verdade e a achareis”, é uma frase atribuída a Jesus, que se ajusta ao caso encontrar o caminho ideal é uma questão de orientação dentro de normas aqui divulgadas. Por que não cultivar os dons espirituais com persistência, esforço e dedicação? 

 Viver feliz na Terra é alcançar o máximo que se possa desejar durante o curso experimental de aplicação dos conhecimentos obtidos com a espiritualidade.

Coube ao Racionalismo Cristão a tarefa monumental de atrair a atenção dos estudiosos das coisas do espírito para a conquista da felicidade, esse tesouro espiritual que constitui o objetivo principal nas diligências humanas.

Felicidade
Por: Luiz de Souza
Livro Felicidade Existe
Fonte:
Biblioteca Digital do Racionalismo Cristão